terça-feira, 28 de julho de 2009

Decisão (parte III)

Os sentimentos se confundiam ali. Sentiam o amor derramar-se de forma trágica e peculiar. Sentiam algo que nunca haviam sentido. Seria o desespero? O ar da razão vencendo a emoção?
Estavam ali. Juntas. E talvez juntas pela última vez. Conscientes, sabiam que tudo havia dado errado. Que tudo fora, de certa forma, em vão.
O amor não importava mais. A vida não importava mais. Nada importava mais. Sabiam o que estava por vir. Sabiam que, mais uma vez, as palavras magoariam. No entanto, quem sabe, desse jeito as palavras machucariam menos. Quem sabe a dor seria menor. Precisavam tentar.
Segura, caminhou pelo quarto até encontrar uma forma menos dolorida de dizer o que decidira. Mas, antes que pudesse dizer ou pensar no que dizer, sua companheira lhe disse:
- Bom, vamos. Diga logo o que tem a dizer. Reconheço que errei. Me desculpe...
- Não precisa se desculpar. Não estou bem, você sabe...
Ela sabia. Sabia de tudo. Tudo que magoara a mulher que tanto amava. Tudo que fizera com que ela colocasse tudo a perder.
Apesar dos fatos o amor permanecia. Cada vez maior. Cada vez mais intenso. Mesmo que as duas tenham concordado em partir.

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