segunda-feira, 27 de julho de 2009

Decisão (Parte II)

Sempre soubera de seus erros. Não que eles fossem cometidos conscientemente. É só que talvez fosse muito ingênua para entender até que ponto se permitir chegar.
Nunca pensara no poder que possuía: magoar. Nem nunca soubera da existência de tal poder. Por que falara o que falou se já soubera antes que a virtuosidade se encontra no silêncio?
Não houvera traição. Não houvera maldade. Houve apenas alguém que não compreendia o real significado e força das palavras.
Tinha certeza que a magoara com pouco. Dizia para si incessantemente: "Não fiz nada... Nunca quis nada com ninguém... Sou inteira dela".
Essa era sua maior certeza: ser inteira dela. Por que então a força das palavras pôde colocar tudo a perder?
Encaminhou-se até o espelho e pensou: "Preciso enfrentar essa situação. Por pior que seja. Preciso encontrá-la e dizer que a amo. Que sou dela. Que palavras não podem ser mais fortes do que sinto".
Apesar da coragem repentina ela sentia medo. Sentia medo do que estava por vir. Medo do que ela ia dizer. Sentia medo de ouvir: "Eu não te amo mais". Insegura seria sua característica? A insegurança se resumiria dentro dela?
Desse modo que resolvera enfrentar a situação. Sabia que estivera errada. Sabia que fora imprudente. E sabia, mais do que tudo, que nunca quis ficar só.

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