sábado, 1 de agosto de 2009

Chega de Saudade

Vai, minha tristeza,
E diz a ela que sem ela não pode ser
Diz-lhe numa prece
Que ela regresse,
Porque eu não posso mais sofrer

Chega de saudade
A realidade é que sem ela
Não há paz, não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim
Não sai de mim,
Não sai

Mas, se ela voltar,
Se ela voltar que coisa linda,
Que coisa louca,
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos
Que eu darei na sua boca

Dentro dos meus braços, os abraços
Hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim,
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim

Que é pra acabar com esse negócio
De você viver sem mim
Não quero mais esse negócio
De você longe de mim
Vamos deixar esse negócio
De você viver sem mim

(Tom Jobim e Vinícius de Moraes)

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Volta

Finalmente conseguira respirar. Depois de uma eternidade - ao seu ver parecia uma eternidade - pôde olhar em seus olhos mais uma vez. Sentir a temperatura sempre morna de sua pele. O coração batendo novamente. O ar macio e doce que saía de seus lábios a encantava como antes. Talvez fosse até melhor que antes, pensava ela.
A única certeza que tinha no momento era que não queria mais sair dali. Nunca mais. Queria voltar ao que costumava ser. E continuar existindo ao lado dela.
Porque, no fundo, somente isso importava. Somente isso.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

The animals are gone

Woke up them for the first time
The animals were gone
It's left this house empty now
Not shure if belong
Yesterday you asked me
To write you a pleasant song
I'll do my best now
But you've been gone for so long

Window is open now
And the winter settled in
We'll call it christmas
When the adverts begin
I love your depression
And i love your double chin
I love almost everything
That you bring to this offering

Oh, i know that i've left you
In places of dispair
Oh, i know that i love you
So please throw down your hair

At night i trip without you
And hope i don't wake up
This waking up without you
It's like drinking from an empty cup

Woke up them for the first time
The animals were gone
Our clocks are ticking now
So before our time is gone
We could get a house and some boxers and on the lawn
We can make babies in accidental songs

I know i've been a lier
And i know i've been a fool
I hope we didn't break it
But i'm glad we broke the rules
My cave is deep now
Yet your life is shining through
I cover my eyes
Still what i see is you

Oh, i know that i've left you
In places of dispair
Oh, i know that i love you
So please throw down your hair

At night i trip without you
And hope that i don't wake up
This waking up without you
It's like drinking from an empty cup


(Damien Rice)

terça-feira, 28 de julho de 2009

Decisão (parte III)

Os sentimentos se confundiam ali. Sentiam o amor derramar-se de forma trágica e peculiar. Sentiam algo que nunca haviam sentido. Seria o desespero? O ar da razão vencendo a emoção?
Estavam ali. Juntas. E talvez juntas pela última vez. Conscientes, sabiam que tudo havia dado errado. Que tudo fora, de certa forma, em vão.
O amor não importava mais. A vida não importava mais. Nada importava mais. Sabiam o que estava por vir. Sabiam que, mais uma vez, as palavras magoariam. No entanto, quem sabe, desse jeito as palavras machucariam menos. Quem sabe a dor seria menor. Precisavam tentar.
Segura, caminhou pelo quarto até encontrar uma forma menos dolorida de dizer o que decidira. Mas, antes que pudesse dizer ou pensar no que dizer, sua companheira lhe disse:
- Bom, vamos. Diga logo o que tem a dizer. Reconheço que errei. Me desculpe...
- Não precisa se desculpar. Não estou bem, você sabe...
Ela sabia. Sabia de tudo. Tudo que magoara a mulher que tanto amava. Tudo que fizera com que ela colocasse tudo a perder.
Apesar dos fatos o amor permanecia. Cada vez maior. Cada vez mais intenso. Mesmo que as duas tenham concordado em partir.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Decisão (Parte II)

Sempre soubera de seus erros. Não que eles fossem cometidos conscientemente. É só que talvez fosse muito ingênua para entender até que ponto se permitir chegar.
Nunca pensara no poder que possuía: magoar. Nem nunca soubera da existência de tal poder. Por que falara o que falou se já soubera antes que a virtuosidade se encontra no silêncio?
Não houvera traição. Não houvera maldade. Houve apenas alguém que não compreendia o real significado e força das palavras.
Tinha certeza que a magoara com pouco. Dizia para si incessantemente: "Não fiz nada... Nunca quis nada com ninguém... Sou inteira dela".
Essa era sua maior certeza: ser inteira dela. Por que então a força das palavras pôde colocar tudo a perder?
Encaminhou-se até o espelho e pensou: "Preciso enfrentar essa situação. Por pior que seja. Preciso encontrá-la e dizer que a amo. Que sou dela. Que palavras não podem ser mais fortes do que sinto".
Apesar da coragem repentina ela sentia medo. Sentia medo do que estava por vir. Medo do que ela ia dizer. Sentia medo de ouvir: "Eu não te amo mais". Insegura seria sua característica? A insegurança se resumiria dentro dela?
Desse modo que resolvera enfrentar a situação. Sabia que estivera errada. Sabia que fora imprudente. E sabia, mais do que tudo, que nunca quis ficar só.

domingo, 26 de julho de 2009

Decisão (Parte I)

Jamais quisera que momento fatídico como esse chegasse. Mas havia de ser dessa forma, não havia?
Estivera desesperada por um novo começo, talvez uma renovação dos sentimentos ou um motivo para seguir em frente, e tudo que aconteceu foi chegar ao fim.
Para ela o fim não fazia sentido algum. Nunca fizera. Se algo é, de certa forma, tão benéfico é correto que chegue ao fim?
Se há sentimento, se o coração bate, se há intenso desejo, é justo clamar o término?
Após diversos questionamentos descobrira que o benefício e o sentimento não eram suficientes para segurá-la ali. Então, encaminhou-se ao espelho e pensou consigo:
"Eu posso me manter firme. Ainda há amor em mim. Preciso apenas de um motivo para ficar..."
Os motivos estavam ali. Elas se amavam. Acima de qualquer coisa. De forma irrevogável. Imensurável. Intensa...
"Por que a deixar para trás?", ela se perguntava.
Mas nada, nem o amor, podia fazê-la mudar de idéia. Segura demais, era o termo. Segura demais era ela. Sabia que não estava bem.
Foi assim que resolvera tudo. Sabia do amor. Sabia da dor que estava por vir. E sabia, principalmente, que precisava ficar só.

sábado, 25 de julho de 2009

Against All Odds (Take a Look at Me Now)

How can I just let you walk away?
Just let you leave without a trace
When I stand here taking every breath with you, ooh
You're the only one who really knew me at all

How can you just walk away from me,
when all I can do is watch you leave
'Cause we've shared the laughter and the pain
and even shared the tears
You're the only one who really knew me at all

So take a look at me now, 'cause has just an empty space
And there's nothing left here to remind me,
just the memory of your face
Just take a look at me now, who has just an empty space
And you coming back to me is against the odds
And that's why I've gotta take

I wish I could just make you turn around,
turn around to see me cry
There's so much I need to say to you,
so many reasons why
You're the only one who really knew me at all

So take a look at me now, 'cause has just an empty space
And there's nothing left here to remind me,
just the memory of your face
Just take a look at me now,
'cause there's just an empty space

But to wait for you, is all I can do
and that's what I've gotta face
Take a good look at me now, 'cause I'll still be standing here
And you coming back to me is against all odds
and that's what I've got to face

Take a look at me now

(Phil Collins)

Ps: Adorei o modo o qual essa música chegou até mim.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Grey Room

Well I've been here before
Sat on the floor in a grey, grey room
Where I stay in all day
I don't eat, but I play with this grey, grey food

Desole, if someone is prayin' then I might break out,
Desole, even if I scream, I can't scream that loud

I'm all alone again
Crawling back home again
Stuck by the phone again

Well I've been here before
Sat on a floor in a grey, grey mood
Where I stay up all night
And all that I write is a grey, grey tune

So pray for me child, just for a while
And I might break out
Pray for me child
Even a smile would do for now

So I'm all alone again
Crawling back home again
Just stuck by the phone again

Have I still got you to be my open door?
Have I still got you to be my sandy shore?
Have I still got you to cross my bridge in this storm?
Have I still got you to keep me warm?

If I squeeze my grape, then I drink my wine
Coz if I squeeze my grape, then I drink my wine
Coz nothing is lost, it's just frozen in frost,
And it's opening time, there's no-one in line

But I've still got me to be your open door,
I've still got me to be your sandy shore
I've still got me to cross your bridge in this storm
And I've still got me to keep you warm

Warmer than warm...

(Damien Rice)

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Sempre em mim

Não quero esquecer
Mesmo que a dor seja tanta
Que isso seja o melhor a fazer
Não esqueço

Não quero parar de pensar
Nem um minuto sequer
No que ficou pra trás
Não deixo de pensar

Por mais que a ferida doa
Por mais que o tempo passe
Eu não esquecerei jamais
Nunca... Estará sempre em mim

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Por trás de um sorriso

Consegue ver esse sorriso permanente em meu rosto?
É tanto que ele esconde...

Um coração ferido,
O conhecimento da solidão que me espera,
O fim de tudo quase no início...

Se eu sorrio é para tentar dilacerar a dor,
Comprimí-la ao máximo no meu peito já gasto pelo aborrecimento,
Enterrá-la em algum lugar da minha massa cinzenta onde ela possa permanecer escura e negra sem tirar a cor de meus dias...

Já não sinto mais vontade de sorrir,
Muito menos de chorar...
Não há mais luz no fim do túnel.

Mas eu sorrio mesmo assim,
Desse modo posso dilacerar,
Comprimir,
Enterrar,
Esquecer...

terça-feira, 21 de julho de 2009

O pouco do tempo

Sempre tive minhas dúvidas sobre o pouco do tempo...
Hoje eu sei que o que é bom dura pouco.
Um beijo...
Um toque...
Um carinho...
A beleza das manhãs ao seu lado...
O pôr-do-sol nas janelas do metrô enquanto voltamos pra casa.
Qualquer coisa que me traga nossas lembranças me faz ter essa certeza: o que é bom dura pouco.
Não que o amor seja pouco; não que a vontade de ficar seja pouca.
As coisas simplesmente são assim...
Sonhos bons duram pouco e sempre durarão.