quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Quando nos tornamos três (ou mais ou menos isso)

Lembrar é um verbo muito complicado para mim. Não que eu tenha vivenciado coisas desimportantes. Acho que sou um tanto quanto distraída mesmo. Enfim, tudo isso foi só para justificar o fato de eu não inserir muitos detalhes na história que hoje contarei.

Tal história aconteceu há seis anos e disso eu me lembro. Foi exatamente na oitava série, no primeiro dia de aula, que eu vi duas garotas MUITO amigas. E dou essa ênfase no "muito" porque as duas eram muito amigas mesmo. Sentavam isoladas de todo mundo e conversavam entre si, e somente entre si. Eu vi aquilo e achei legal, embora meu pessimismo não me permitisse imaginar que algum dia faria uma amizade sequer naquela nova escola.

Fiquei reparando nas duas por um bom tempo, embora até hoje não saiba o motivo exato da minha atenção com essas duas. Talvez fosse por serem tão amigas, ou tão diferentes uma da outra, ou os dois. Depois do intervalo eu resolvi sentar perto delas, quem sabe não puxariam assunto comigo? Dito e feito. A garota mais alta - que depois eu descobriria ser a garota N - olhou para trás. Foi então que eu resolvi, por alguma razão maior (ou divina), falar alguma coisa. Deve ter sido a adrenalina. Eu não teria coragem de falar nada em condições normais. Acho que o fato de ter algum ser desconhecido me olhando fez com que eu criasse uma coragem, antes inexistente, e falasse: "Oi, como você se chama?".
A garota alta simplesmente olhou para sua amiga - que depois eu conheceria também, a garota A - e virou de novo em minha direção respondendo: "Tudo e você?". Nesse momento eu tive duas certezas: elas eram muito malucas e surdas. A garota A havia compreendido o que eu falara no momento e logo começou a rir muito. A garota N, percebendo a confusão, começou a rir também. E eu, vendo aquelas duas malucas rirem e acharem graça das coisas, comecei a rir também.

Acho que eu não esqueço o nosso primeiro diálogo pela maluquice que foi. Não tem como esquecer. Depois disso, nós três fazíamos trabalhos e diversas coisas juntas - apesar de as duas viverem como um casal de anos, brigando e se desentendendo - e eu sempre gostei disso. Sempre gostei de ser uma intrusa louca num casal lésbico, antigo e estranho (acho que depois dessa definição vou apanhar, mas elas parecem mesmo um casal, embora não sejam).
A única coisa que resta dizer é que no futuro espero que as coisas continuem exatamente como são.

Um comentário:

Lady Murphy disse...

Sua maluca! Agora todo mundo vai pensar que nós somos um casal! Hauhauhauhauh Mas eu sei que a N e eu temos várias discussões meio matrimoniais mesmo! (Mais da minha parte, admito!)
Nossa! Eu lembro exatamente desse dia e da sua cara quando a N disse: "Tudo e você?" Que SAUDADE disso!
AMO VOCÊ PARA SEMPRE, J!!!! (espere posts com essa letra no nosso blog, porque aparecerá! Temos muito a contar sobre você, J!)

Beijoooo

A